sábado, 21 de janeiro de 2012

Copianço

É aperceber-se dos avanços 
Na severa presença da lembrança
Do passado que não existe

É o utilizar dos copianços
No vagar lento da esperança
Do desligar que persiste

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pequenez

A grandiosidade das coisas está na sua genuinidade. É ténue o dizer-se que tudo é genuíno quando grande parte das coisas é influenciada pela própria existência e pelo tempo que perdura.
Dizias-me coisas, na altura, coisas efémeras como tudo o é. Falavas-me de realidades, de sonhos, de ideais. Peço-te, fala-me agora. Mas não podes, não podes porque tudo é efémero. Não podes porque nada é genuíno.
Mas como poderá algo ser efémero se nunca genuíno o foi? Se nunca o foste! Poderá algo sem começo findar?
E é assim desta forma que te falo, que te lembro, que me sinto.
Sabes, há algo que nunca te disse. Nunca precisei. Agora não é diferente mas direi na mesma. Tu nunca foste o que sonhei. Talvez por isso não me cansasses. Não me cansavas porque nunca te conheci. Cansavas-te de mim porque ainda não me conheces. A diferença está aí.
Continuo, no entanto, a lembrar-te. Não porque te venere, não porque te ame... Foste o que me és, inspiração grandiosidade, és-me parte de mim. Posso chamar-te fragmento do passado, bocado de ser preso na memória. Como avançar com o passado tão presente? Como, não me dando qualquer importância te colaste tanto a mim? Porque o fizeste? Porque te deixei?
Sou portanto o que o passado de mim fez. Tu não és e não serás pois não vives o presente. O passado já se foi e futuro nunca será futuro. O futuro será presente. E o presente,um dia, passado. Portanto não procures o que nunca terás. Procura o que sabes que já tiveste. Procura-me.