sábado, 30 de junho de 2012

Estás. Não estás apenas como também esperas. Esperas saber por que esperas. E nesse fragmento do esperar desesperas. Desesperas sempre até que não esperes mais esperar.
No esperar, a loucura.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tentativa

E na frieza de um adeus, desejar vida pela frente.
Contradição pura quando um adeus antecede muitos outros.
Um adeus nunca é frio. O esquecimento não é hipótese.
Qual a razão de se contentar com o por vir?

sábado, 23 de junho de 2012

E não estás. E quando estás pareço não estar eu. Não estamos, desencontros.
É o alheamento em que estás. Eu não. Sei que não há escape possível. Não quero, não queria estar quando não estás, não estar quando estás. Queria ser quem sou, que me deixasses ser quem sou, que soubesses o que sou e não interferisses. Gostava de me contentar com pouco. E tento mas não consigo.
Tens pouco para me dar, dás-me pouco. Quero mais, não me contento.
Não há nada em ti para me dares, prendes-me ,no entanto, com o teu olhar.
Um simples, banal, comum, olhar. O teu olhar.
O meu olhar de encontro ao teu. O vazio entre nós.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Delírio lírico


A efémera consequência
do puro desejar latente,
pelo o objecto ausente
na presente condescendência. 


O acordar da quimera,
o adormeceres (despertaste-me),
o inevitável (apaixonaste-me),
A curiosidade mera.




segunda-feira, 11 de junho de 2012

Cansado de ver num mundo que é de cegos.

Eu

O ser humano não vive só, e eu não suporto esta sociedade.
O pior é que ainda vou gostando de mim, sozinho. Mas canso-me. A solidão mói.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Há algo no caminho, uma barreira. Contenta-te com os pássaros. Podes comê-los não têm sentimentos. Tu tens e não és o único. Não tens qualquer tipo de posse em relação aos outros.  Sente-se de forma diferente. Fico-me pelas coisas sem sentimentos.
O que é bom em ti é essa variação de humor. Da tristeza à alegria num ápice.
É esse humor que não compreendo que gostava de perceber.
É esse sorriso, esse sorriso que por mais que se rasgue não acaba.
És genuinidade, é essa a tua melhor qualidade (não o que disseste na sala) Surpreendes-me.
Admiro-te.
Se não fosses tão **************....

terça-feira, 5 de junho de 2012

O pior no que sinto é senti-lo piorar.

Acordar é bom difícil é dormir

Consciente ou inconscientemente: a imagem do que serias. E nem sequer és!
Perco-me portanto no surrealismo de seres e de pareceres. O pior é que a imagem que vejo é irreal num mundo que de realidades tem muito pouco.
Não passas de ideia projectada na ideia que não consigo projectar. 
Existes sem chegares a ser. Existes sem alma quando o que não é não passa de sonho.

domingo, 3 de junho de 2012

Fome?

São passos que se ouvem. Uma trinca na maçã para enganar a fome e quem é enganado és tu. Não ficas saciado. Apetece-te mais, a maçã já não é a mesma. Menos, cada vez menos agora que a trincaste, que a provaste.
O fruto vai-se desvanecendo sem que o saboreies na íntegra. Podes não o comer de uma só vez se o quiseres prolongar, mas no fim acabará por apodrecer ou ser totalmente digerido. 
A cada trinca que dás és mais aliciado. A cada trinca o fruto é mais podre e mais efémero.
Come-lo todo e apodreces por dentro...
Procuras outro. A tentação supera a indigestão do fruto (proibido?).
A indigestão passa sem que morras. Não, não há veneno. Haverá amor?