quinta-feira, 31 de maio de 2012

Passeios e devaneios

Passas-me diante dos olhos, diante de mim. E fico, eu fico cada vez mais distante...
Distante de ti, de mim....
Passas feliz, ris-te pelo menos e isso cativa-me, estranha-me. Preciso de te conhecer melhor, de te ter na integra. O pior é que não quero contaminar o meu bote de salvamento. Quero que sejas como és e não como gostaria que fosses. Queria ser como sou e não como me fazem ser, como me fazes ficar.
Quero-te assim dessa forma. Quero-me a mim contigo de outra forma que não esta.
Queria não precisar de querer. Queria apenas ser. Ser-me contigo, na totalidade. Não posso, não me deixo por não me deixares, por não saberes que queres. Queria também eu não saber que quero. Queria também eu não querer por não precisar, como não precisas por te bastares. Chegas-te, chegavas-me.

sábado, 26 de maio de 2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Puro sofrimento

Tudo cacos e eu que nada posso fazer para os consolidar...
Destrói-me de vez, rapidamente!
Mas não podes, nada podes destruir quando está tudo tão apertado, pequeno, insignificante, que nem vês.
Fazes-me assim...
E ainda há a esperança (ou ao sermos mais realistas: o sonho) que mantém vivo o pequeno mártir propulsor. Enquanto existires irás exterminar o que já partiste em pedaços.
Adoro-te. Odeio-me. E dói, dói tanto...
Nunca pensei, e logo por ti, logo tu. Tinhas mesmo de ser tu!
Tu, seria tão mais fácil não te conhecer. Mas era tão mais difícil encontrar-te!
Cansado... Cansado da diferença e da vossa igualdade na indiferença ao diferenciarem no intelecto.
Quem são vocês para poderem sequer julgar? Quem sou eu para ser julgado?
Deixem-me ser como sou e deixar-vos-ei serem o que quiserem. Não tenho de querer nem deixar de querer. Mas quero, quero muito ser diferente de vocês, quando a igualdade é comum e passageira. Quero ser quem sou e que me aceitem assim. Aceito-vos portanto desde que me aceitem. Não precisam de me compreender. Não tentem. Nem eu me compreendo. Compreendam apenas, que estão  ser injustos, infantis...
Conheçam-se e permitam-se conhecer os outros. Quem sabe até aprendam alguma coisa.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

És quem és sem mim. Gosto de ti por isso, esqueço-me de mim por isso. Isso é quem tu és. Isso é o que me chama a atenção para ti e me faz não querer gostar de mim por achar gostar mais de ti. Isso é o que me faz mal. Isso é o que nem tens consciência e ignoras. Isso é o que me mata e me destrói, isso é o que me acontece e ao qual não consigo escapar. Isso és tu e o ver-te como te vejo. O pior é que não tens culpa, nem eu.

Era ver-te

É querer-te, é esperar ver-te à beira da escola e não estares. É não te conhecer. É a verdade que cai em mim quando o meu olhar não encontra o teu. É mágoa, desilusão, sofrimento que me desgasta. Cansado de não me cansar de ti. De te esperar inconsequentemente, amargamente, eternamente.

sábado, 19 de maio de 2012

Loucura é existência da própria. Loucura é ver loucura num mundo que é de loucos por ser relativo e não certo se real. Loucura é querer ser louco e não ver loucura alguma, quando somos já nos lucidamente loucos a pensar vê-la, ao vê-la relativamente real.
Tudo é loucura para mim. Tudo é loucamente real e presente. Tudo é o que sou e tudo é diferente, tudo é louco na loucura que me cabe.
Não sei se sou louco, se é apenas a loucura que me mete louco ao duvidar da minha sanidade.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ensina-me

Ensina-me. Ensina-me a desistir da esperança e a agarrar a realidade! Ensina-me, obriga-me a deixar de te pensar, a te aceitar como és. Ensina-me a não sentir a tua falta. Ensina-me a gostar mais de mim já que te ensinei a gostar, a desejar, como nunca pensei possível.
Peço-te: não me fales, não me faças calar ou falar pela metade.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Queria tanto o não querer

Não sei mais que escrever, que dizer, que pensar. Penso sempre nas mesmas coisas. Há sempre a esperança que me ilude diariamente. Há sempre a esperança presente numa vida ausente que não me chega.
Não consigo nada, não há nada que conseguir. Há a esperança e o descontentamento de não chegar a sentir e a conhecer o que não tenho, o que não sou. O pior é o querer, o continuar nesta procura que não me leva a lado algum, que não me encontra o que está perdido por mim, o que não me existe.
Como posso querer o que não existe, o que penso não existir?
O que quero? Quero algo diferente disto. O que não quero? Não quero procurar a diferença eternamente. Quero contentar-me com o que há. Quero esquecer a procura. Quero viver o presente. Quero viver feliz e gostar da vida que me é minha. Quero gostar mais de mim do que o que penso gostar. Quero chegar-me. Quero que me vejam, que me compreendam, que me cheguem. Quero habituar-me ao hábito de não ter de me habituar por estar já habituado. 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Desespero

Desespero, desespero é discernirmos o certo do errado, vermos o mundo aos nossos olhos quando só vemos pessoas cegas. Desespero é ver num mundo que não procura ser visto e sim vivido cegamente. É para mim isto o desespero. Não há espaço para todos. Não há, de facto, espaço para ninguém. Todos o procuram, todos se atropelam, ninguém o encontra.
           









segunda-feira, 14 de maio de 2012

É 12 para mim o número do azar.
Seria 23 o da sorte.
Sou portanto apenas 11.

Só tu

Sei o que me está reservado a cada olhar que te lanço, continuo no entanto a olhar-te.
Sabes porquê? Porque não me vejo. Porque me queria ver.
Vou então desaparecendo ao tentar encontrar-me, ao tentar que me vejas.

domingo, 13 de maio de 2012

Continuidade é o que se vê.
Continuidade do que não começa, do que não vem. Inércia ao podermos mexer-nos e não termos espaço para o fazer. Prisão de movimentos, sentimentos, ideias como música inacabada.
Break de emoções inatas, de continuidade descontinua, de batida presente na mente que não se cala.
Mexo-me ao som do que sou, do que me fazem ser com a música que tocam.
Espero então impaciente pela próxima batida, pelo que está por vir na esperança de estagnar como quem dança nesta vida de ritmos descontrolados.
Eu quero tudo, somos o que queremos e não o que temos. Na vida fazemos o que podemos, fazemos dela o que nos é permitido.
Não sou bandido, não quero bens materiais, quero apenas ver o que consigo, ter consciência que na rua o caminho foi o que eu procurei e não o que calhou.
E é por isso que a calçada não é calcada. É por isso que a calçada não se vai.
Ainda não andei, ainda não cheguei. Não sei onde ando, apenas não sei o que é andar, o que é sair e chegar. Sei o caminho, não sei os passos, nunca os dei, nunca me levantei sequer para cair.
Não caio pois não tenho onde ir.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Respirar

 Nada dura para sempre, nada é eterno. Na eternidade apenas nós mesmos connosco até deixarmos de nos ser.

É talvez por isso, por nos acharmos imortais enquanto somos, que nos deixamos levar pela morte que está contida em cada inspiração, em cada olhar, em cada prolongar da existência.

Tudo para o que não conhecemos. O sentido não está connosco, está para além do que achamos perceber e o segredo é mesmo esse: não querer perceber. Não querendo sentido, não o procurando, não nos lembrando de algo que não conhecemos somos completos, ou apenas inconscientes do incompleto que nos completa.

Devíamos ser genuínos, reagirmos apenas com o que nos é inato, com o que somos sem deixar de o ser, sem nos alterarmos. Devíamos apenas permanecer imutáveis já que na imortalidade eterna que nos cabe. Devíamos ser o que seríamos se não o fôssemos, se existíssemos sem termos consciência sequer de uma possível existência começada e quem sabe por acabar.


Nada dura para sempre. Nunca mais é para sempre.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Não vás. És biodiversidade nesta tela de emoções.
Vem como és, sim: como não podes deixar, embora pudesses realmente libertar o que penso, de ser. 
Vem como eu quero que sejas, que o sejas realmente....
Vem de mansinho, sê apenas o que és sem deixares de o ser, amizade.

És um perigo como desafio por querer como tal somente.
Não te atrases, vem depressa!
Tu és a tua escolha quando nada mais me compete.
Descansa amizade, como facto consumado no real.

Vem, vem com as impurezas todas, sem brilho como quero que sejas.

Não o quero fazer, não o posso fazer. 
Ter olhos na cara e observar como quem vê é tudo na vida, e eu completamente cego por ti.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

É o fundo

Sou eu que aqui estou bem no fundo, um pássaro estagnado a preto e branco.
Tenho liberdade para voar mas na vida quanto mais se sobe, se busca, se move pela coloração, maior é a queda, a inércia, o descontentamento a preto e branco.
Sim, sou um pássaro em tons de cinza que não voa. Sou um pássaro com medo de me consciencializar da falta de coloração, com medo que as minhas asas não cheguem para a alcançar.

Desculpo-me

Escrever bonito não é fácil por isso escrevo apenas.
Cabe-vos a vocês lerem como quiserem, lerem o que quiserem, sentirem o que quiserem.
Podem não sentir nada e apenas ler. Se assim for vocês é que sabem, não eu.
Odeio-te de tanto pensar gostar de ti.
Também te odeio mãe...

Percebam-me

Tudo incompreensão, quando tudo é relativo, quando a própria relatividade é relativa.
Incertezas quando o que há de certo está por vir e o incerto está presente.
Sinto-me assim sem lugar no incompleto do meu mundo sem mim.
Sinto-me assim embora sem certezas, embora a relatividade se faça presenciar no meu mundo que não é meu. 
Talvez não seja o meu mundo, ou apenas não seja eu.

Odeio odiar

É-nos imposto: viver assim, sentir assim, existir assim, sobreviver assim, gostar assim, pensar assim, desconhecer assim, ser assim, odiar assim....
Sim, e eu odeio imposições.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Tento mudar ou esquecer o que sou mas é tempo perdido. Sou o que sou. És-me o que és. Não te consigo apagar, não me consigo mudar. Que faço?