sábado, 22 de setembro de 2012

Desistir, do que nunca fui, não cheguei a ser...
Saber-te distante era não me saber por te saber na totalidade. Quero-te.

Sabes, o que me custa mais e custar-te também a ti. Não há culpas para ninguém mas sou eu quem a tem. Não escolhi é certo mas calhaste-me a mim e não ao contrário. Não sei que faria se sucedesse o inverso. Posso apenas pedir-te desculpa. Custa-me, e arrisco-me a pensar, mais que a ti. Basta ignorares, eu tenho de esquecer. Mas como posso esquecer-me de uma emoção tão presente. Sim é presente ainda que não estejas. E começo  a fartar-me e a ter raiva de mim mesmo por não te poder atribuir as culpas. És tão mais inocente que eu. Eu sabia no que me estava a meter e ainda que fosse impossível impedi-lo nem tentei.
E há sempre o teu rosto, e há sempre a distância, e há sempre o controlo, e o cansaço, e a esperança, e o consolo, e a tristeza, e o prazer, e a felicidade tão perto a cada dia que te conheço. E não te sou,  e nunca nos terei.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Fome

Apodrecer da natureza, agora neste instante, e depois, e de seguida.
Apodrecemos do podre que é a comida. Quer gostemos, quer não comamos.
E a comida apodrece por a comer-mos, e apodrecemos ao ser comidos por querer comer da natureza que apodrece.
Mas há fome.

_ _ Tu

Gosto de ti no vazio de gostar. Quero-o presente pois não será um futuro.
Amanhã poderei apenas estar vazio de gostar e de gostar desse vazio...
Num despertar adormecido no sonho de acordar, da mente, na memória insistente de imagens de palavras ausentes quando nada digo, quando tudo expressas.
A resposta. 
Espelho, a imagem projectada, repetida e de maior verdade que a irrealidade efémera, quando ver-te não acontece. Tento ver-me, proporcionas-me ser e ver-me no que talvez será vazio, do vazio que aparentas.
Caprichos.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012


É a falta de compreensão em relação ao que me rodeia que me leva a não compreender os rodeios que em mim habitam. Não percebo e não me contento. Preciso de saber mais, de compreender melhor ou então esquecer, ignorar não sentir. As coisas pela metade não me chegam. Não me chego por inteiro. Há sempre a puta da falta presente. Que há para além de mim neste universo por mim criado? A minha percepção das coisas é tudo o que há, tudo o que sou. E não me chego. E não há que me chegue.
Decepção, cansaço, solidão. E não há como me fugir quando o mundo que há em mim sou eu no mundo e vice-versa. 
Nada me resta senão a existência incompleta do por vir.