sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quimicidades

"Se não der que enfie o dedo no cu e lamba, e se não quiser então que enfie dois e lamba, e com sorte enfia três ou quatro e lamba, e se não quiser que enfie as duas mãos a alabajão para um melhor desejo de agrado. Se não der espalhe manteiga que isso deve passar. FDP*"

*Fiasco De Prosa, ou Filha Da Puta mesmo

by jardas

Não somos o que tentamos, somos o tentar

Não fugimos do que sentimos, do que pensamos, do que não somos.
O não sermos mata-nos aos poucos. O não sermos faz-nos ser mortos, faz-nos ser o sermos o que não somos, o que nos faz ser o que somos por não o ser.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Poizé

Aqui estou, na cama, e é um mundo lá fora.
Os minutos passam sem que os sinta passar. A falta sente-se sempre e para sempre. És pior que uma puta: nunca te poderei ter, nem por mais um segundo. Eu sei e ainda assim quero. Quero-te. Quero ter-te, saborear cada gesto, cada olhar, cada silêncio, contigo.
Não te sou. Se não posso, se não podes, se não queres, desaparece.
Peço-te, imploro-te: Não alimentes a minha fome, o meu olhar, o meu pensamento. Vai e leva o meu pensamento contigo.
E o que dói mais é que quando não estás é quando sinto mais a tua falta. Não te poder observar cansa-me. Não te poder tocar mata-me.
Hoje fiquei preocupado contigo...
Ando tão lamechas.

domingo, 22 de abril de 2012

Perguntas

Onde andas? Porque não estás aqui? Que é feito de ti?
Vejo-te mas não apareces. Constantemente presente ainda que distante.
Que queres que faça se não queres fazer nada de mim?
Sou eu, assim, a imaginar-te onde parece não quereres existir. Mostra-te.

São dias, noites

Eu... Hoje Domingo, 22:10 no skate park, a pensar em ti.
Dias cinzentos não me importam. A tua coloração assusta-me.
A vida não faz sentido, vou estudar silvicultura.
Eras perfeita para mim por não o seres realmente. Gosto do que te falta, do que te posso dar sem que me peças, sem que saibas que te dou o que te tento dar.
Embora não te esforces dás-me também tu o que procuro. Um ombro amigo, um olhar, um silêncio que ambos percebemos sem nos pronunciarmos. Dás-me tu, fazes-me eu e isso chega. Nem preciso de mais quando tu me bastas. És mesmo o que procuro em ti. És mesmo o que não preciso procurar. És presença na ausência que somos, na falta que nos cabe.
Gosto de ti por isso. Porque ficamos tão bem juntos por sermos tão iguais nas nossas diferenças. 
Quase que me completas. Ainda bem que não o fazes na totalidade. Não preciso de mais, não procuro mais. Encontrei-te e procuro apenas conhecer-te a cada dia. Fazes-me bem pela tua presença, por seres aquilo que procuro em ti. Não me desiludes pois não espero o que não posso esperar de ti. Acho que te conheço.
Gosto de ti Ritinha.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Life´s a game

É tudo uma questão de sorte e azar. Uma pessoa nasce, cresce, conhece-se e depois não gosta.
No meu caso apenas azar. Até gosto de mim excepto a parte que a maioria das pessoas também não gostam. São defeitos. Defeitos de fabrico contra os quais nada posso.
Desculpem lá. Também não gosto mas há que aprender a VIVER com as cartas que se tem ainda que se acabe por perder e nem se livre.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Presente imperfeito

As folhas voaram
A árvore ficou despida

O rapaz não estava
A rua parada

A mente vivia
A árvore morrera

(Ainda se cala  ausência)


black n white

Não é o cinza que me assusta. É o colorido que há em ti e que já houve noutro tempo.
É a saturação irremediável de sentir. 
As cores difundem, pisco os olhos,  e és agora a preto e branco. Ou serei eu?
Farto de dicotomias.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

É o caminho

Um candeeiro de rua ligado sobre a calçada hipnotizante. Tal teia escura em manto branco. Árvores oblíquas à estrada e à tal calçada procuram não tombar. O candeeiro tenta escapar desenlaçando-se.
...
As árvores não tombaram, o candeeiro desligou-se. Ficou tudo como estava e a teia nem se moveu.

Passa o carro , passo o olhar. Não passa nada, pouso-o na imagem que conheço. Conheço a imagem da minha rua mas não conheço apenas o caminho. E o problema é que as árvores não tombaram, o candeeiro desligou-se e a teia pode ter-se movido mas eu nem vi.

Espera

E a chuva vai caindo miudinha lá fora. Não te ouço e queria tanto agora que a chuva não me lava a mente, não me leva com a corrente. Estou parado, estagnado, inerte e não sei que fazer. Estou a modos que assustado para a realidade em que desperto. E o que me assusta és tu. É o colorido que há em ti em dias cinzentos de chuva miudinha para lá de janela.
Tudo está parado. A estrada molhada, as árvores tombadas, a universidade lá fora, e a minha janela. A minha janela fustigada pelas pingas que atormentam. Cai chuva lá fora e eu não me levanto cá dentro.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Im just b. Dont u c i like u Z?
Apetecia-me tanto chorar. É a mais pura das verdades. Já lá vai o tempo em que chorava. Já não consigo agora.... Não há porque chorar. Resta-me apenas chorar a inexistência de um choro bem sentido. Não há vivências porque chorar. Há falta, há ausência (até de lágrimas). Choro seco.

Tu

Inspiro. Expiro. Inspiro. Expiro.
Tu. Tu. Tu. Tu.
Nunca eu.

Rascunho

Quero tanto apagar-te mas o papel rasga no tentar. À força de te querer tanto esquecer os pedaços do papel rasgado voam com o sopro próximo para longe de mim. Onde vão agora os fragmentos da lembrança? Estão esquecidos por aí...
Só o tempo os degradará e poderá fazer dos papelinhos uma árvore de folhas A4.

olha-me embora ja não te veja

Teria sido a tempo de um olhar, num leve pestanejar, a tempo de fracassares , de te esmiuçares, que te apaguei para sempre por não o fazeres.
Tudo é efémero e o para sempre já passou, ou o estar a pensar-te, a ver-te, a escrever-te era uma ilusão.
És a minha ilusão mais pura embora as impurezas do meu ser se intrometam. Preciso de ti como quem precisa de um refresco. De uma só vez, o meu corpo seca só de esperar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Plenitude

Os meus olhos estão abertos. Também está a possibilidade futura sob sonho que não se apaga quando a visão falha. O real não é melhor que o sonho ainda que seja preciso o real para sonhar. O teu corpo completa a minha visão num quadro de sonhos que pinto imaginando-me no sonho de não sonhar. Não sonhar mais por não precisar. Era o teu toque, a tua proximidade, o teu silêncio, a tua essência.
Era sobretudo o teu olhar fixo, inerte, silencioso, em mim. Era esse momento, desde agora, até sempre ainda que tão curto e tão efémero para chegar sequer a ser vivido. Era o estar-mos parados um em frente ao outro de lábios mudos, de mentes vazias, de olhos estagnados no vazio de sentir. Era o teu queixo, o teu pescoço, os teus lábios cerrados, o teu olhar tão tu, e eu. Era só isso e o vazio restante. Chegavas-me.







Que contas tu?

Olho para ti e tento ler-te ainda que não te conheça propriamente. Chamas-me a atenção, por alguma razão que desconheço. E que posso fazer eu? Tento ler-te, é mais forte que eu. Quero saber, perceber, conhecer realmente a razão. Por algum motivo tendes a fechar-te, é certo, que sempre com uma página de fora. Pareço perceber o que está escrito ainda que pareça não saber ler. Tu sabes? Precisarás de aprender? Não te feches, deixa-me ler-te na íntegra. Poderás depois fechar-te, pelo menos para mim, num final que não em aberto. Deixa-me apenas com a vida que em ti está escrita. Deixa-me ler toda a tua vida. Deixa-me viver a minha.

(Des)ilusão.

O coração bate mais que a mente,
mas é na mente que bate a desilusão.
É assim que gente sente,
sim,  é  na mente

eternamente presente

que mente a ilusão.

Miragem

Foste-me embora assim como me apareceste: abruptamente.
Apenas sombra da miragem.

The light will shine for you

De noite os passos ecoam. Acende-se um isqueiro: é apenas luz ao fundo do túnel  a chamar-nos.

domingo, 15 de abril de 2012

A vida é um jogo

Gosto de ti como quem gosta do jogo. Como quem gosta de apostar e ver o que acontece. Ainda não ganhei, talvez nunca ganhe. Mas só a hipótese de acontecer vale cada cêntimo gasto. Vício?

Viver

E isto é viver:
o corpo que resiste,
a vontade que insiste,
a alma que persiste em tentar não se perder

E isto é viver:
na esperança que já desiste
quando tudo o que é existe
no incompleto do meu ser

Coração de esquilo

É pouco tempo quando imenso o que nos resta para conhecer alguém. E ainda há o desconhecimento que cada um tem de si próprio...
(livre arbítrio inconsciente da ausência que (não) presenciamos). Será que houve mesmo um esquilo ou pelo menos havia eu? Havias tu que não te conheço. Existe agora a miragem do que posso não ver porque és céu em nevoeiro e os teus raios de sol não me aquecem.

Ainda bem que existes, assim posso (d)escrever(-te), posso ter-te, posso ser-me, posso fazer-te o que de ti faço, em mim. Nunca ou para sempre, eu. Sempre tu.

Fazes-me esquilo de bolotas eternas quando efémero é o que já bateu no coração. Não mo deixes bater. Que batam as bolotas que são eternas e matam fome , que tu não matas, ao esquilo que sou. Que bolotas queres tu se o teu coração não parece bater? Que bolotas queres se eu já tenho a minha? Procura roer um coração que bata por uma que não esteja já ruída. A que tenho é eterna embora me escape também entre os dedos.

E ainda não te conheço. Nem a mim por não nos conhecer-mos. Deixas-me conhecer-te? Dava-te a minha necessidade de bolota pela tua que não conheço e éramos dois esquilos idiotas e felizes.




quarta-feira, 11 de abril de 2012

Queria não querer

Porra. Outra vez não....
O que é que tens de tão especial?
O que é que me falta para tanto te querer? Quero não te querer, quero(-te) tanto.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Tapados de todo

Porque não me vêem vocês? Serão cegos?
Estou eu aqui disposto a aceitar-vos a desejar-vos a cuidar de vocês até. E vocês nada! Serão assim tão tapados? Não sou do melhor é certo mas.... Já olharam para vocês? Que procuram vocês? Que querem idiotas? Eterno insatisfeito eu? Pois mas eu sei que quero apenas não o consigo ter já vocês.... Que querem afinal? Expliquem-me e eu tento dar-vos.
Queria, queria mesmo cansar-me realmente e cessar. Acabar com tudo. Não estou cansado o suficiente. Não há fundo, não há chão, não há fim. Há sim um ciclo vicioso.
Queria cansar-me de vez.
Poderia depois recomeçar do zero e ser de outra maneira.

Só tu.

Queria ouvir-te dizer-me tudo não dizendo nada.
As palavras são palavras. Não fales nem te cales. Faz acontecer. Faz-me sentir. Faz-me ser (completo).

Isto que não compreendo

Cansado desta escuridão que não me deixa ver através de si.
É cegueira de tudo excepto de escuridão, tudo é negro, tudo é nublado.
O que estará para lá do que vejo? Para lá do que não me deixa ver? Para lá da falta, da inquietude, da incompreensão, da incompleta inexistência do meu ser?