quarta-feira, 20 de março de 2013

Quando os silêncios são mais verdadeiros, peço-te, não fales.
Estás á minha frente. Não me vês, não me olhas... Que faço contigo agora? Que faço se não o que quero, o que queria fazer? Dá-me uma pista, olha-me e diz-me sem usares palavras. Não fales ou cala-te para sempre.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Cegueira

Quando o olhar não chega, que resta de mim, da mente, do sentir? Não te sinto, não te tenho, de outra maneira que não nos meus olhos. E quando não chega que mais há para ver? Que mais há que olhar? Porque não fecho apenas os olhos? Talvez porque os tenha abertos para algo que não vejo. Ajuda-me a fecha-los, abre os teus, e não olhes apenas... Sente!

domingo, 3 de março de 2013

É

Acontece, a toda hora.
Depois deste tempo todo,
ao meu lado sinto lodo,
e o que fica, deteriora.


E demora o demorar,
e é-se prolongado,
e cansa o cansar,
e não vem o procurado,
e o esperar,
o esperar
e ir ficando apagado.


É apenas um restar,
do esperar o inesperado.



sexta-feira, 1 de março de 2013

E que se foda a condução. Há sempre carrinhas brancas, há sempre mentes corrompidas, poluídas, diluídas, diminuídas, extintas.
A verdade nua cansa de estar vestida. É a mentira, a ausência da verdade, a verdade subjectiva, o sentir o branco que é a vida, que sou eu, que é a tal carrinha, que és tu, que é a nossa ausência, o nosso não existir na existência que nos cabe, de ser.
Poderiam não ser só carrinhas brancas, para ti, se o sentisses. São no entanto apenas carrinhas brancas, sou no entanto apenas eu, apagado, incompleto  por não acabar.
Não acabam as carrinhas brancas, ainda que apenas andem por aí.
Era ser realmente invisível para ti. Era não me presenciares. Era não te ter sem que me tivesses. Era o final de um ciclo por começar, por existir... um recomeço, um novo ser....