domingo, 15 de abril de 2012

Coração de esquilo

É pouco tempo quando imenso o que nos resta para conhecer alguém. E ainda há o desconhecimento que cada um tem de si próprio...
(livre arbítrio inconsciente da ausência que (não) presenciamos). Será que houve mesmo um esquilo ou pelo menos havia eu? Havias tu que não te conheço. Existe agora a miragem do que posso não ver porque és céu em nevoeiro e os teus raios de sol não me aquecem.

Ainda bem que existes, assim posso (d)escrever(-te), posso ter-te, posso ser-me, posso fazer-te o que de ti faço, em mim. Nunca ou para sempre, eu. Sempre tu.

Fazes-me esquilo de bolotas eternas quando efémero é o que já bateu no coração. Não mo deixes bater. Que batam as bolotas que são eternas e matam fome , que tu não matas, ao esquilo que sou. Que bolotas queres tu se o teu coração não parece bater? Que bolotas queres se eu já tenho a minha? Procura roer um coração que bata por uma que não esteja já ruída. A que tenho é eterna embora me escape também entre os dedos.

E ainda não te conheço. Nem a mim por não nos conhecer-mos. Deixas-me conhecer-te? Dava-te a minha necessidade de bolota pela tua que não conheço e éramos dois esquilos idiotas e felizes.




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